quarta-feira, 20 de junho de 2007

Novembro




Um sonho: as pessoas chegam à praia, de bicicleta, porque souberam que construí uma máquina voadora.


Eles não podem me ver.


Eu tenho asas presas aos braços: posso ver meu reflexo, minha sombra bem abaixo de mim.

Eu alço vôo nas ascendentes, ao sabor dos ventos.


Mergulhando nas nuvens, não sei mais que lado fica para cima, que lado fica para baixo: completamente desorientado, só sei que estou caindo, mas não sei onde.


Talvez eu esteja caindo para o céu.


Talvez esteja caindo pra baixo, através das nuvens de tempestade (como saber se uma nuvem está de ponta-cabeça?)


Talvez eu vá morrer.
(Neil Gaiman em Morte: o grande momento da vida)

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